Dentro os biomas brasileiros a Mata Atlântica é um exemplo de grande diversidade biológica e um alto grau de endemismos, por alguns autores é considerada como mais complexa e diversificada que muitas florestas da Amazônia (Brown & Brown, 1992). E tem sua importância mundial por representar um dos 25 hotspots de biodiversidade do mundo (Mittermeier et al., 1982).
O Brasil representa o país com a maior quantidade de mamíferos descritos, incluindo 524 espécies, sendo que 250 espécies ocorrem na Mata Atlântica, com 65 endemismos. Os marsupiais são muito ricos em espécies, há pelo menos 23 espécies de marsupiais na Mata Atlântica, dos quais 39% são espécies endêmicas (Fonseca et al., 1996).
Os hábitos alimentares de um animal é um dos aspectos mais importantes na sua auto-ecologia, poucas informações acerca desse assunto estão disponíveis para a maioria dos marsupiais neotropicais, no entanto, houve um acréscimo considerável nos últimos anos (Charles-Dominique et al., 1981; Atramentowicz, 1988; Busch & Kravetz, 1991; Leite et al., 1994,1996; Santori et al., 1995, 1997).
A maioria dos estudos realizados sobre a dieta de marsupiais didelfídeos foi através de análise fecal e estomacal. Tais técnicas podem superestimar alguns itens que se preservam melhor após os processos digestivos como: exoesqueletos, carapaças, pêlos, ossos, penas, escamas e sementes (Kunz & Whitaker, 1983; Dickman & Huang, 1988; Kronfeld & Dayan, 1998).
Pelo crescente aumento da fragmentação das florestas neotropicais (Laurance, 1997), há uma necessidade do conhecimento dos hábitos alimentares de pequenos mamíferos em fragmentos, para compreender os processos ecológicos influentes na manutenção das comunidades bióticas fragmentadas (Carvalho et al., 1999).
Há o conhecimento dos hábitos alimentares principais gêneros de marsupiais, porem não existem estudos detalhados entre as espécies. O estudo sobre a dieta dos marsupiais brasileiros percorre em acendência nos últimos anos, mas mesmo assim não se tem o conhecimento dos hábitos alimentares de muitas espécies, sendo deduzidos por comparação com espécies filogeneticamente próximas (Santori & Moraes, 2006). Dados mais detalhados da dieta podem mostrar estratégias alimentares diferentes ou semelhantes, demonstrando importantes aspectos da história natural de espécies de um mesmo grupo (Freitas et al., 1997).
Texto por: Vítor Sales
Texto por: Vítor Sales
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