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Sejam bem-vindos às nossas viagens e desfrute dos conhecimentos da Biologia!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

XXIX Congresso Brasileiro de Zoologia


Vem aí o 29° Congresso Brasileiro de Zoologia que acontecerá no mês de março (de 5 a 9/03/2012). O congresso acontecerá na cidade do Salvador da Bahia de Todos os Santos. Terá varias oportunidades de Mini-curso, palestras, mesa-redonda dentre outros. O evento irá reunir estudantes, pesquisadores e amantes dos diversos ramos da zoologia.....

e aí? Ja se inscreveram? Não? Então clique no link abaixo e entre no site oficial do congresso para maiores informações.

http://www.cbz2012.com.br/


sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Visita ao Parque Nacional do Monte Pascoal

O parque está localizado no Extremo sul da Bahia, e trata-se do lugar onde no ano de 1500, os portugueses logo quando chegaram pela primeira vez no Brasil, sua Primeira visão foi o  Monte Pascoal.
O Parque está localizado em Porto Seguro - BA e possui uma área total de 22.500 ha. É um local aberto a visitação, e no qual só é cobrado uma pequena taxa de R$5,00 para uma subida de 586 metros.
O trajeto é através de trilhas naturais, utilizada a muitos anos pelos índios que viviam e ainda vivem naquele local. Uma área de mata bem preservada, e com árvores seculares como vários Jequitibás. O contato com a fauna local támbem é possível, dentre aves e até mamíferos como esquilos e até tatus, que neste caso tem tocas espalhadas por diversos pontos nas trilhas.
Vale a pena visitar este local, até porque faz parte da História do Passado do nosso País, e
por fim, a vista la do alto é fantástica.




                                     *Clique na foto para Ampliar


Texto e Imagens: Igor Magalhães

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Considerações sobre a bacia hidrográfica do rio Almada, localizada no baixo sul baiano.


  Localizada no sul da Bahia, a bacia hidrográfica do rio Almada (BHRA) apresenta-se entre os paralelos 14° 26’ e 14° 50’S e os meridianos 39° 03’ e 39° 44’ W, drenando uma área de 1.572km² envolvendo oito municípios, Almadina, Coarací, Ibicaraí, Itabuna, Itajuípe, Lomanto Júnior, Uruçuca e Ilhéus. Possui um regime perene, sendo o padrão da rede de drenagem dendrítico e curso com direção geral Sudoeste-Nordeste, desde sua nascente (BAHIA 2001). Tem também uma grande importância no abastecimento dos municípios envolvidos, ressaltam-se as cidades de Itabuna, com população de 213.656 habitantes, e de Ilhéus com 219.266 habitantes (IBGE 2009).
  O clima da região da BHRA é qualificado como quente e úmido, compreendendo uma extensão ainda significativa de Mata Atlântica, embora se apresente em crescente degradação, apresentando fragmentos de mata primária. O relevo é um planalto pré-litorâneo marcado com morros de meia laranja e depressões intramontanas.
  A BHRA é uma área de importância para a produção de cacau, em que é se empregado um sistema agroflorestal conhecido com sistema de Cabruca. A região cacaueira na Bahia ocupa uma área em torno de 10.000km² dos quais cerca de 680.000 há cultivados com cacau possui 70% estabelecidos sob a sombra de árvores da floresta original (Franco et al., 1994 apud Lobão 2007). Nesse sistema agrícola o cacaueiro é manejado sob o dossel da floresta nativa, que conserva de sombra e umidade, atributos importantes para o desenvolvimento do fruto, alem de preservar a biodiversidade de plantas arbóreas, anuros, morcegos e outros grupos.
  A área possui 293,31Km2 sendo que destes 93,97Km² (32,03%) são considerados APP – Áreas de Preservação Permanente. As áreas antropizadas por pastagens, solo exposto e urbanização representam, em média, 38% do uso do solo das APP, enquanto que as áreas de cobertura vegetal natural, representadas pela mata atlântica (Floresta), constituem 46,32%. A cabruca, nesse contexto, ocorre com aproximadamente 10,3% de representatividade.
  Confrontando estes dados com os encontrados por Gomes et al (2010), para todas as APP da Bacia Hidrográfica do Rio Almada (BHRA), que foram de: áreas antropizadas (28%), cobertura vegetal natural (25%) e Cabruca (29%), tem-se o cenário em que ocorre o incremento de cerca de 10% na ocorrência de áreas antropizadas na área em estudo (porção oeste da BHRA) em detrimento da cobertura de Cabruca, que diminuiu cerca de 20%. Tal fato remete a provável substituição da Cabruca por pastagens na porção oeste da BHRA, mesmo em áreas consideradas de preservação permanente. Com relação as áreas de cobertura por Floresta encontradas nas APP, na área em estudo nota-se a ocorrência de aumento de 20%, quando comparadas a média de cobertura de toda a bacia. Tal fato se dá em virtude da ocorrência de relevo de serras e morros na porção oeste da BHRA, que favorece a manutenção deste tipo de cobertura associada a áreas de elevadas declividades e topos de difícil acesso.
  Ressalta-se ainda que cerca de 4% das áreas de APP apresentam-se degradadas pela
ocorrência de solo exposto. Tal fato deve-se a, conforme verificado, a expansão das pastagens que, de modo geral, vem sempre acompanhada por focos de degradação conforme pode ser visto no mapa de uso e ocupação do solo.


Porção de nascentes da bacia hidrográfica, apresentando uma predominância de pasto. Foto: Josmar Valadares.

Texto por: Vítor Sales.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Jô Soares entrevista Prof. Rui Rocha.

  Nesta segunda-feira (16/05/2011) o Programa do Jô contou com a presença do Prof. Rui Rocha, que representa uma das maiores referências na defesa da Mata Atlântica. O Professor Rui leciona na Universidade Estadual de Santa Cruz, localizada no município de Ilhéus, além de ser diretor do Instituto Floresta Viva. Tal região onde está localizada Ilhéus, ainda é possível encontrar últimos fragmentos de floresta dentro do Corredor Central da Mata Atlântica, muitas vezes de forma bem preservada. Na entrevista o Prof. Rui dá um alerta sobre empreendimentos como o Complexo Porto Sul, que caso seja efetuada a sua implantação, causaria um grande impacto em uma área preservada, que tem como principal vocação o turismo e a produção agroflorestal de cacau. Confira a entrevista logo abaixo.



Texto por Vítor Sales.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Votação adiada para o novo Código Florestal.


  Ontem quarta-feira (11/05/2011) foi um dia sobrecarregado, tanto para os ditos ambientalistas quanto os ruralistas. O novo Código Florestal relatado pelo deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP) era supostamente para ser votado na Câmara no dia de ontem, porem houve um atraso do relator para levar a plenário o novo relatório do Código Florestal e a votação acabou por não ocorrer por falta de quorum. Poucos deputados estavam presentes desde a manhã, mas as discussões ocorreram de forma fervorosa. Tenho que admitir que ambas as correntes de defesa, encontravam-se muito mal informada e equivocada perante os dados apresentados. Dados forçados e grosseiros foram proporcionados para a população, principalmente pela bancada ruralista. Um cidadão brasileiro como o Dep. Ronaldo Caiado (DEM-GO) abrir a boca para dizer que ¾ do território nacional é constituído de florestas bem preservadas, ou é não querer ver a realidade ou é querer distorcê-la de forma áspera para os cidadãos brasileiros.
  Tais deputados defensores da bancada ruralista representa exatamente a elite exploratória que o Brasil convive desde 500 anos atrás. O Brasil sempre viveu de ciclos de exportação, passando pelo pau-brasil, cana-de-açúcar, café, borracha e hoje em dia é tomado pelo agronegócio de exportação com a carne bovina e a soja. Ciclos exploratórios esses que nunca se preocuparam com a questão ambiental, somente na intensificação de produção. Se hoje o Brasil ainda é um grande expoente de biodiversidade é por causa da dificuldade de ocupação de certas áreas, como, as florestas montanas da mata atlântica e a própria floresta amazônica. A bancada ruralista para justificar o novo Código Florestal, apontou a importância do aumento da área de produção para o pequeno agricultor, pois são eles que produzem a diversidade agrícola no território nacional, que é tomado por grandes empresas produtoras de monocultura. Órgãos competentes de pesquisa agropecuária como a Embrapa já apontaram que o problema da produção agrícola brasileira não é extensão de terras e sim falta de tecnologia.  Porem os ruralistas teimam e ignoram pesquisas feitas durante anos por instituições especializadas. No Brasil isso é muito comum, as instituições de pesquisas são bem reconhecidas no mundo inteiro, com alta produção intelectual de ponta, porém a sociedade não dá o seu devido valor e continua vendo o cientista como um desvairado.
  É difícil para aspirantes a pesquisadores da área ambiental, que estão sendo treinados para proporcionar à nação uma qualidade de vida decente.  Estar vendo seu futuro trabalho, sua sina, seus sonhos e suas metas, caírem por terra aos poucos dessa forma grosseira, rude e ignorante. Espero que na próxima semana o Código Florestal entre realmente em votação e a verdade seja vigorada.

  • Matéria de Giovana Girardi e Andreia Fanzeres sobre o novo Código Floresta e a ciência, na revista Unesp, publicado em outubro de 2010. Download
  • Artigo do Dr. Jean Paul Metzger (IB-USP) em que discute a base científica do Código Florestal, publicado no periódico Natureza & Conservação, publicado em março de 2010. Download
  • Documento-síntese produzido por pesquisadores do PROGRAMA BIOTA-FAPESP e pela ABECO (Associação Brasileira de Ciência Ecológica e Conservação), que discute os potenciais impactos do no Código Florestal. Download
  • Seção especial do periódico Biota Neotropica sobre o Código Florestal Brasileiro. Link

Texto por: Vítor Sales 

quinta-feira, 5 de maio de 2011

RPPN Serra Bonita, Camacan-Ba.

  Em janeiro deste ano participei de uma campanha de pesquisa mastozoológica na RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) da Serra Bonita, Camacan-Ba. A Serra Bonita na verdade é um complexo de RPPNs com uma extensão de 1.200 hectares, pertencendo a diversos proprietários, porem sua gestão é realizado pelo Instituto Uiraçu. A Serra Bonita é um dos últimos fragmentos localizado no corredor central da Mata Atlântica, marcada por uma vegetação diversa pela variação de gradientes altitudinais. Além disso, a Serra Bonita conta com uma área bem preservada com fragmentos de mata primária e alto índice de biodiversidade.  








Texto e Fotos por: Vítor Sales

quarta-feira, 4 de maio de 2011

A Rainha da Serra, planta endêmica da Serra do Sincorá.


  A M. bahiensis é componente da família Apocynaceae, descrita por M.F. Sales.  As Apocynaceae possuem distribuição predominantemente pantropical, mas com poucos representantes também na região temperada. A família inclui aproximadamente 400 gêneros e 3700 espécies. No Brasil ocorrem cerca de 95 gêneros e 850 espécies (Souza, Vinícius Castro 2008).
Mandevilla bahiensis. Foto: Vítor Sales
   A Rainha da Serra é rupícula, se fixa em substratos rochosos de arenito através de uma raiz axial-tuberosa. Sendo assim essa espécie é altamente especializada a viver em ambientes de campos rupestres, que são ecossistemas de altitude (a partir de 900 metros), com topografia acidentada, aflorações rochosas e uma camada de solo curta. Além de baixa capacidade de retenção de água, por ser constituído por rochas sedimentares. Suas estações são bem definidas, tendo o período de dezembro a março como estação chuvosa e os meses de abril a outubro como estação seca. Apresenta uma pluviosidade relativamente baixa, predominando chuvas orográficas. O sistema apresenta uma fisionomia floral com predominância de organismos de porte herbáceo e arbustivo.
  Sendo assim a Rainha da Serra apresenta endemismo na região de campos rupestres na Serra do Sincorá, com uma altitude de cerca de 900 a 1.300 metros de altitude. Serra a qual pertence ao supergrupo do Espinhaço, que surge desde o estado de Minas Gerais e chega ao centro do estado da Bahia, é formada essencialmente por conglomerados e rochas quartizito-areníticas, intercalados de solos arenosos e ácidos.
  A grande quantidade de reserva energética deve-se ao desenvolvimento típico de raízes tuberosas com o alto grau de proliferação de parênquima de reserva (amiloplastos) e com cambio vascular produzindo pouco xilema e floema secundário, limitados a uma região central. Especializações eficientes para um ecossistema com restrita disponibilidade de água pela sazonalidade da chuva e pela baixa capacidade de retenção de água, característica da região evidentes na Serra do Sincorá.

Texto por: Vítor Sales