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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Considerações sobre a bacia hidrográfica do rio Almada, localizada no baixo sul baiano.


  Localizada no sul da Bahia, a bacia hidrográfica do rio Almada (BHRA) apresenta-se entre os paralelos 14° 26’ e 14° 50’S e os meridianos 39° 03’ e 39° 44’ W, drenando uma área de 1.572km² envolvendo oito municípios, Almadina, Coarací, Ibicaraí, Itabuna, Itajuípe, Lomanto Júnior, Uruçuca e Ilhéus. Possui um regime perene, sendo o padrão da rede de drenagem dendrítico e curso com direção geral Sudoeste-Nordeste, desde sua nascente (BAHIA 2001). Tem também uma grande importância no abastecimento dos municípios envolvidos, ressaltam-se as cidades de Itabuna, com população de 213.656 habitantes, e de Ilhéus com 219.266 habitantes (IBGE 2009).
  O clima da região da BHRA é qualificado como quente e úmido, compreendendo uma extensão ainda significativa de Mata Atlântica, embora se apresente em crescente degradação, apresentando fragmentos de mata primária. O relevo é um planalto pré-litorâneo marcado com morros de meia laranja e depressões intramontanas.
  A BHRA é uma área de importância para a produção de cacau, em que é se empregado um sistema agroflorestal conhecido com sistema de Cabruca. A região cacaueira na Bahia ocupa uma área em torno de 10.000km² dos quais cerca de 680.000 há cultivados com cacau possui 70% estabelecidos sob a sombra de árvores da floresta original (Franco et al., 1994 apud Lobão 2007). Nesse sistema agrícola o cacaueiro é manejado sob o dossel da floresta nativa, que conserva de sombra e umidade, atributos importantes para o desenvolvimento do fruto, alem de preservar a biodiversidade de plantas arbóreas, anuros, morcegos e outros grupos.
  A área possui 293,31Km2 sendo que destes 93,97Km² (32,03%) são considerados APP – Áreas de Preservação Permanente. As áreas antropizadas por pastagens, solo exposto e urbanização representam, em média, 38% do uso do solo das APP, enquanto que as áreas de cobertura vegetal natural, representadas pela mata atlântica (Floresta), constituem 46,32%. A cabruca, nesse contexto, ocorre com aproximadamente 10,3% de representatividade.
  Confrontando estes dados com os encontrados por Gomes et al (2010), para todas as APP da Bacia Hidrográfica do Rio Almada (BHRA), que foram de: áreas antropizadas (28%), cobertura vegetal natural (25%) e Cabruca (29%), tem-se o cenário em que ocorre o incremento de cerca de 10% na ocorrência de áreas antropizadas na área em estudo (porção oeste da BHRA) em detrimento da cobertura de Cabruca, que diminuiu cerca de 20%. Tal fato remete a provável substituição da Cabruca por pastagens na porção oeste da BHRA, mesmo em áreas consideradas de preservação permanente. Com relação as áreas de cobertura por Floresta encontradas nas APP, na área em estudo nota-se a ocorrência de aumento de 20%, quando comparadas a média de cobertura de toda a bacia. Tal fato se dá em virtude da ocorrência de relevo de serras e morros na porção oeste da BHRA, que favorece a manutenção deste tipo de cobertura associada a áreas de elevadas declividades e topos de difícil acesso.
  Ressalta-se ainda que cerca de 4% das áreas de APP apresentam-se degradadas pela
ocorrência de solo exposto. Tal fato deve-se a, conforme verificado, a expansão das pastagens que, de modo geral, vem sempre acompanhada por focos de degradação conforme pode ser visto no mapa de uso e ocupação do solo.


Porção de nascentes da bacia hidrográfica, apresentando uma predominância de pasto. Foto: Josmar Valadares.

Texto por: Vítor Sales.

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