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quinta-feira, 12 de maio de 2011

Votação adiada para o novo Código Florestal.


  Ontem quarta-feira (11/05/2011) foi um dia sobrecarregado, tanto para os ditos ambientalistas quanto os ruralistas. O novo Código Florestal relatado pelo deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP) era supostamente para ser votado na Câmara no dia de ontem, porem houve um atraso do relator para levar a plenário o novo relatório do Código Florestal e a votação acabou por não ocorrer por falta de quorum. Poucos deputados estavam presentes desde a manhã, mas as discussões ocorreram de forma fervorosa. Tenho que admitir que ambas as correntes de defesa, encontravam-se muito mal informada e equivocada perante os dados apresentados. Dados forçados e grosseiros foram proporcionados para a população, principalmente pela bancada ruralista. Um cidadão brasileiro como o Dep. Ronaldo Caiado (DEM-GO) abrir a boca para dizer que ¾ do território nacional é constituído de florestas bem preservadas, ou é não querer ver a realidade ou é querer distorcê-la de forma áspera para os cidadãos brasileiros.
  Tais deputados defensores da bancada ruralista representa exatamente a elite exploratória que o Brasil convive desde 500 anos atrás. O Brasil sempre viveu de ciclos de exportação, passando pelo pau-brasil, cana-de-açúcar, café, borracha e hoje em dia é tomado pelo agronegócio de exportação com a carne bovina e a soja. Ciclos exploratórios esses que nunca se preocuparam com a questão ambiental, somente na intensificação de produção. Se hoje o Brasil ainda é um grande expoente de biodiversidade é por causa da dificuldade de ocupação de certas áreas, como, as florestas montanas da mata atlântica e a própria floresta amazônica. A bancada ruralista para justificar o novo Código Florestal, apontou a importância do aumento da área de produção para o pequeno agricultor, pois são eles que produzem a diversidade agrícola no território nacional, que é tomado por grandes empresas produtoras de monocultura. Órgãos competentes de pesquisa agropecuária como a Embrapa já apontaram que o problema da produção agrícola brasileira não é extensão de terras e sim falta de tecnologia.  Porem os ruralistas teimam e ignoram pesquisas feitas durante anos por instituições especializadas. No Brasil isso é muito comum, as instituições de pesquisas são bem reconhecidas no mundo inteiro, com alta produção intelectual de ponta, porém a sociedade não dá o seu devido valor e continua vendo o cientista como um desvairado.
  É difícil para aspirantes a pesquisadores da área ambiental, que estão sendo treinados para proporcionar à nação uma qualidade de vida decente.  Estar vendo seu futuro trabalho, sua sina, seus sonhos e suas metas, caírem por terra aos poucos dessa forma grosseira, rude e ignorante. Espero que na próxima semana o Código Florestal entre realmente em votação e a verdade seja vigorada.

  • Matéria de Giovana Girardi e Andreia Fanzeres sobre o novo Código Floresta e a ciência, na revista Unesp, publicado em outubro de 2010. Download
  • Artigo do Dr. Jean Paul Metzger (IB-USP) em que discute a base científica do Código Florestal, publicado no periódico Natureza & Conservação, publicado em março de 2010. Download
  • Documento-síntese produzido por pesquisadores do PROGRAMA BIOTA-FAPESP e pela ABECO (Associação Brasileira de Ciência Ecológica e Conservação), que discute os potenciais impactos do no Código Florestal. Download
  • Seção especial do periódico Biota Neotropica sobre o Código Florestal Brasileiro. Link

Texto por: Vítor Sales 

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